Proprietários vão entregar o Instituto Engenho Central ao poder público para garantir o restauro da antiga indústria e a implantação do Museu da Cana.
Luiz Henrique Porto
O Prefeito Nério Garcia da Costa assinou, na quarta feira dia 04, um Protocolo de Intenção que formaliza o início do processo de doação do Instituto Engenho Central para o poder público local. A cerimônia foi realizada no salão de eventos da Prefeitura.
A usina fundada no início do século XX, que pertenceu ao “rei do café”, o Coronel Francisco Schimidt, deve ser incorporada como principal atrativo do projeto turístico “Trem da Cana”, que pretende revitalizar o antigo ramal ferroviário que liga Sertãozinho a Pontal. A Prefeitura já recebeu, também em forma de doação, cinco vagões que devem fazer o transporte de passageiros no passeio de dez quilômetros entre os dois municípios.
Segundo com o Secretário da Indústria e Comércio, Marcelo Pelegrini, o desafio agora será captar recursos para restaurar os prédios da antiga usina e todo seu maquinário europeu do seculo XIX. “Até o dia 31 de dezembro temos que conseguir R$ 1,5 milhão para darmos continuidade ao processo de capitação através da Lei Rouarnet”, declarou.
A primeira indústria canavieira da região pertence à família Biagi desde meados de 1960. Os proprietários idealizaram a implantação do Instituto Cultural para transformar o Engenho Central em Museu Nacional do Açúcar e Álcool. Agora, a Prefeitura terá essa responsabilidade, já que é um compromisso firmado no Protocolo de Intenção.
Antes da assinatura do documento propriamente dito, Luis Lacerda Biagi fez questão de relembrar fatos marcantes sobre o engenho e disse ainda ter ficado muito satisfeito ao tomar conhecimento do interesse do poder público em restaurar a centenária usina. “Muito melhor do que um shopping ou um loteamento é ter um lugar de cultura e de preservação da nossa história.”
O Prefeito agradeceu os apoiadores e colaboradores do projeto “Trem da Cana” e afirmou que a estruturação do museu será mais um desafio da atual administração. “Preservar a memória dos nossos antepassados é mais do que uma obrigação é um dever. E repito: Se não temos passado, não teremos presente e muito menos futuro”. Nério Costa também destacou o pioneirismo e o espírito empreendedor dos “Biagi” que contribuíram para que Sertãozinho se tornasse referência mundial na produção sucroalcooleira.