Na correria do dia a dia, você tem parado para conversar com as pessoas com quem convive? Familiares, amigos e até mesmo colegas de trabalho podem estar sofrendo emocionalmente. A dor talvez seja tanta que essas pessoas podem até perder a vontade de viver e atentar contra a própria vida.
Daniela Costa Lobo e Silva, médica psiquiatra infantil do Ambulatório de Saúde Mental de Sertãozinho, diz que mudanças nos padrões de sono, alimentação, humor e comportamento são os principais indicadores de que alguém está em sofrimento psíquico, assim como se isolar e não ter planos para o futuro.
“Devemos ficar atentos quando alguém passa a dormir ou a comer demais ou então perde o sono ou deixa de se alimentar. Ou ainda quando a pessoa passa de tranquila a agressiva ou tinha muita energia e fica apática. Precisamos estar atentos também a frases como ‘quando eu não estiver mais aqui, tudo vai melhorar’. Esses são sinais de que a pessoa está sofrendo emocionalmente e até mesmo pensando em tirar a própria vida”, alerta Daniela.
A médica orienta que, ao perceber que a pessoa não está bem, é muito importante estabelecer uma relação de confiança mostrando que você está disponível para escutar sem julgar e se colocar no lugar dela, acolhendo aquele sofrimento. “Ofereça escuta para a pessoa, de preferência em um local onde ela se sinta à vontade para falar. Demonstre que você quer apoiá-la. E vá com tempo, para não haver interrupções”, diz a psiquiatra
É preciso romper preconceitos. Questões psiquiátricas e emocionais acontecem em indivíduos de qualquer idade e classe social. Transtornos mentais, traumas, abusos, desemprego, problemas financeiros e falta de qualificação profissional são os maiores fatores de risco de suicídio, assim como o isolamento social. E tudo isso foi intensificado na pandemia.
Ao perceber que alguém está sofrendo, oriente essa pessoa a procurar a UBS mais próxima. Lá, ela será acolhida e direcionada para o tratamento adequado. Em casos de emergência, procure a UPA 24 horas ou atendimento do CVV pelo telefone 188 ou chat on-line no site
http://www.cvv.org.br.