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História do Município
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Introdução

Com uma população de aproximadamente 110.000 habitantes, Sertãozinho está localizada a nordeste do Estado de São Paulo, na região de Ribeirão Preto. Distante 325 quilômetros da Capital do Estado é uma das cidades mais importantes da região. Embora conte com um significativo parque industrial é principalmente conhecida em todo o Brasil por ser grande produtora de açúcar e álcool merecendo, por isso, grande projeção.

 

Localização

Sertãozinho limita-se ao Norte, com Jardinópolis e Pontal; a Oeste, com Jaboticabal e Pitangueiras; ao Sul, com Barrinha e Dumont; e, a Leste, com Ribeirão Preto, dela distando apenas 21 quilômetros. Possui uma Estação Rodoviária com movimento diário de aproximadamente 180 ônibus. Além das estradas municipais e vicinais, Sertãozinho é servida por importantes rodovias estaduais: a SP-330 (Rodovia Atilio Balbo, que liga Sertãozinho a Ribeirão Preto); a SP-322 (Rodovia Armando de Sales Oliveira, apelidada Rodovia da Laranja, que vai de Sertãozinho a Bebedouro); a SP-312 (Rodovia Carlos Tonani, que se estende de Sertãozinho até Borborema); todas proporcionam interligação com as principais rodovias do Estado: a Via Anhanguera e a Via Washington Luiz e com o Estado de Minas Gerais.

 

Hidrografia

O município é banhado pelos rios: Pardo, Mogi-Guaçu, Ribeirão do Onça e uma série de córregos, como o Norte, Sul e Água Vermelha, que atravessam o perímetro urbano. Os riachos: Boa Vista e Tabocas passam pelo distrito de Cruz das Posses. A maioria dos córregos lança suas águas nos Rios Pardo e Mogi-Guaçu ou no Ribeirão do Onça, que segue rumo Oeste e também desagua no Rio Mogi-Guaçu, que é navegável em todas as estações, enquanto o Rio Pardo tem a navegação prejudicada devido às suas várias corredeiras.

Estes rios são de alta piscosidade. As espécies mais encontradas são: dourado, piracanjuba, piapara, piaba, pacu, corimbatá, tabarana, mandi-guaçú, jaú e surubim. As principais lagoas são: Preta, Vargem Grande, dos Cavalos, Campinho, da Onça e Itararé.

 

Flora

A flora primitiva da região de Sertãozinho compunha-se de pau-d'alho, jangada-brava, peroba, cedro, canela preta, canela vermelha, cangerana, aroeira, bálsamo, guaiuvira, uarita, angico, carrapateiro, jacarandá, guatambú, pereira, batalha, flamboiant e açoita-cavalo. O ciclo cafeeiro e, mais tarde, a cana de açúcar devastaram as matas primitivas. As reservas foram limitadas a ponto de se tornarem insignificantes. A única mata respeitada é a reserva biológica Augusto Ruschi, próxima da Estação Experimental de Criação, que conta com aproximadamente 320 alqueires.

 

Fauna

A fauna era composta de antas, diversos tipos de cervos, como o campeiro, o mateiro e o catingueiro, onças pardas, lobos-guará, capivaras, pacas, ouriços, cotias, lontras, ariranhas, iraras, jaguatiricas, cachorros do mato, gatos do mato, emas e seriemas. Com o desaparecimento das matas primitivas, infelizmente a fauna está se tornando cada vez mais escassa.

 

Geologia

O município de Sertãozinho está sobre um derrame de lava basáltica, de cuja decomposição provém o solo fértil denominado "terra roxa". Os poços de captação de água armazenada no arenito de Botucatu produzem vazões elevadas, fornecendo de 30 a 60 metros cúbicos de água por hora.

 

Origem do Nome

O nome Sertãozinho provém do fato de a região ter marcado o início de um grande sertão. O núcleo original foi a fazenda de Inácio Maciel de Pontes, que doou terras para a constituição do patrimônio de Nossa Senhora da Aparecida do Sertãozinho, cuja primeira capela foi erigida por Antônio Malaquias Pedroso, considerado fundador do município.

 

Padroeira da Cidade – Nossa Senhora Aparecida

Em 1717, em Guaratinguetá, interior de São Paulo, após várias horas pescando sem resultados, três pescadores retiraram do rio Paraíba o corpo de uma imagem sem cabeça. Lançaram a rede novamente e encontraram a cabeça da imagem. Surpresos, lançaram a rede pela terceira vez e a pescaria foi tanta que puderam encher suas canoas.

Esses três pescadores, chamados Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, limparam a imagem apanhada no rio e notaram que se tratava da imagem de Nossa Senhora da Conceição, de cor escura. Ela foi levada, a princípio, ao oratório de suas casas e, diante dela, eles realizavam as suas orações.

Com o anúncio de vários milagres atribuídos à imagem, a devoção do povo foi crescendo. Em 1745, foi construída uma capela no Morro dos Coqueiros, que margeia o Paraíba, e uma missa foi celebrada. A imagem passou a ser chamada de Aparecida e deu origem à cidade de mesmo nome. Em 1888, a antiga capela foi substituída por outra maior.

Em 8 de setembro de 1904, foi realizada a solene coroação da imagem de Nossa Senhora Aparecida e, em 1908, o santuário foi elevado à dignidade de Basílica pelo Papa. Em 1930, o Papa Pio XI, proclamou Nossa Senhora Aparecida "padroeira do Brasil" e, 37 anos depois, no aniversário de 250 anos de devoção à imagem, o Papa Paulo VI ofereceu a Rosa de Ouro ao Santuário Nacional, que passou a ser inteiramente dedicado a Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Devido ao crescente número de fiéis e de romarias, a partir de 1950 já se pensava na construção de um novo templo mariano. Após mais de 25 anos de construção, no dia 4 de julho de 1980, o templo foi consagrado pelo Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Brasil.

Um dos pioneiros de Sertãozinho, Antônio Malaquias Pedroso, o fundador da cidade, segundo consta, seria descendente de Felipe Pedroso. Dele herdou, também, a devoção à Nossa Senhora Aparecida. Em sua honra erigiu uma capela, em 1869, próxima à sua própria casa. Esta capela foi substituída por outra, maior, em 1880, e por uma Igreja que foi demolida em 1928, quando foi possível utilizar a nova Igreja Matriz, recém inaugurada. Todas foram construídas na atual Praça 21 de Abril, considerada o marco zero de Sertãozinho, que conserva até hoje, Nossa Senhora Aparecida como padroeira.

 

História

Em 1827, o Brasil, que se encontrava separado de Portugal há cinco anos, era governado pelo imperador D. Pedro I. Enquanto o Rio de Janeiro começava a constituir a sua Corte Imperial, com fazendeiros e coronéis ganhando títulos de barões e viscondes, a vida no interior de Minas Gerais transcorria calmamente com a prática de atividades da pecuária, da lavoura e do comércio e a dedicação aos ofícios religiosos.

Era nesse ambiente simples, de terras verdes e colinas, que, numa região que ia de Caldas até Andradas, no sul daquele Estado, vivia João Manoel de Pontes, rodeado de parentes e assentados ligados entre si.

No início do século XIX, João Manuel, enfrentava numerosas dívidas e dificuldades em seus negócios. Sua esposa, Escolástica Maria Rosa, falecera com apenas 28 anos, vítima de hanseníase. Apenas quatro meses depois, no dia 9 de setembro de 1823, João Manuel casou-se com Ana Benedita de Oliveira.

Na época, todos comentavam a beleza do sertão paulista conhecido pelas suas terras "vermelhas como sangue", já que até as roupas dos sertanistas que regressavam para Minas Gerais estavam impregnadas dessa cor. Como tinha pouco a perder e grande desejo de aventura, Pontes organizou, com alguns parentes, amigos, agregados e três escravos, além da mulher e dos filhos, uma marcha rumo ao noroeste.

A comitiva foi a pé, com carros de boi, cavalos e burros levando os apetrechos necessários para a jornada. No grupo estavam: Manuel Jacinto de Pontes e Antônio Maciel de Pontes, este ainda criança, filhos de João Manoel, e seu genro Antônio Quirino de Souza Benevides. Também seguiram o mesmo caminho o seu irmão Domiciano Manuel de Pontes, seus cunhados Antônio Joaquim da Rocha e José Antônio de Melo e seu amigo Antônio João Ferreira, todos oriundos de Caldas.

Após meses de jornada, os valentes aventureiros alcançaram o território onde hoje se encontram as cidades de Sertãozinho e Pontal e o Distrito de Santa Cruz das Posses. Naquela época, porém, a região era coberta por uma mata cerrada.
João Manuel, em 1827, chegou até um ribeirão, o córrego do Sertãozinho, e o percorreu de sua cabeceira até a foz no Rio Mogi-Guaçu. Também explorou todos os afluentes da região, tomando posse do território, que denominou Fazenda do Sertãozinho do Mato Dentro. Uma medição posterior apurou que essa área chegava a 13.768 alqueires.

Em 1847, ano da morte de João Manuel de Pontes, a família dominava aproximadamente 25 mil alqueires e começou a se dedicar mais ao cultivo das terras e a construção de benfeitorias para os que ali habitavam. Os sucessivos casamentos, inventários, heranças, partilhas, negócios de compra e venda, permutas e doações transformaram Sertãozinho numa enorme colcha de retalhos, constituída de pequenos sítios, chácaras e fazendas. Para se ter uma idéia, cem anos após a chegada dos primeiros posseiros, em 1930, ano da Revolução que mudou o destino do País, a Fazenda do Sertãozinho do Mato Dentro encontrava-se dividida em 189 partes.

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