Mesmo durante a pandemia, é preciso estar atento aos sinais da doença, que são semelhantes àCovid-19
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Mesmo com a pandemia de Covid-19, não se pode deixar de lembrar de outras doenças que em outros momentos da história também apresentaram agravos epidemiológicos, com expressivas taxas de incidência e mortalidade. A tuberculose é uma dessas doenças. Infecciosa e transmissÃÂvel, ela afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos ou sistemas.
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Causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, a doença também é um sério problema de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde apontam que, a cada ano, são notificados pelo menos 70 mil novos casos de tuberculose no paÃÂs, sendo que só em 2019 foram notificadas mais de 4 mil mortes no Brasil e cerca de 1,5 milhão de mortes no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Brasil ocupa o 17ú lugar entre os 22 paÃÂses responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo, mesmo sendo uma doença passÃÂvel de ser prevenida, tratada com potencial de cura em 100% dos casos. Cada paciente com tuberculose pulmonar que não se trata pode infectar em média de 10 a 15 pessoas no perÃÂodo de 1 ano.
Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu 24 de março como o Dia Mundial de Combate àTuberculose.
SINAIS E SINTOMAS
A similaridade dos sintomas entre a Tuberculose Pulmonar e a COVID -19 pode prejudicar a percepção ou até mesmo o diagnóstico, confundindo pacientes e profissionais de saúde e ocasionando danos irreversÃÂveis.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse seca. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:
- Cansaço excessivo e prostração;
- Febre baixa geralmente no perÃÂodo da tarde;
- Suor noturno;
- Falta de apetite;
- Emagrecimento acentuado;
- Rouquidão.
Alguns pacientes, entretanto, não exibem nenhum indÃÂcio da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, que não são percebidos durante alguns meses. A tuberculose pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante 3 a 4 meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas.
FORMAS DE CONTÃÂGIO
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotÃÂculas de saliva que podem ser aspiradas por outro indivÃÂduo.
PREVENÃÂÃÂO E TRATAMENTO
A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. A melhor forma de prevenir a transmissão é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possÃÂvel. Após 15 dias do inÃÂcio do tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento, que é totalmente gratuito, disponibilizado pelo SUS, deve ser feito por um perÃÂodo mÃÂnimo de 6 meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.
Em Sertãozinho e Cruz das Posses, o atendimento ao paciente com suspeita de tuberculose inicia-se na Atenção Básica, através da avaliação de um médico clÃÂnico geral, ou diretamente no Centro de Referência de Infectologia com a equipe do Programa de Tuberculose. No nosso municÃÂpio é possÃÂvel o acesso a essa especialidade sem a necessidade de encaminhamento. Após a avaliação, inicia-se o protocolo de atendimento em que será disponibilizado diagnóstico e tratamento ao paciente e familiares (contactantes) através do SUS.
Em janeiro de 2021, o Programa de Tuberculose da Secretaria de Saúde realizou uma ação junto ÃÂs UBSs com o objetivo de orientar as equipes sobre a importância da diferenciação diagnóstica, em especial em pacientes com sintomas respiratórios reincidentes com resultado negativo pra COVIDâÂÂ19, com o intuito de facilitar o encaminhamento do paciente da atenção básica para o atendimento especializado.
Diante dessa ação, o número de notificações no Programa triplicou em comparação com os dados do mesmo perÃÂodo de 2020. Isso mostrou que muitos pacientes acometidos por tuberculose pulmonar, que não sabiam que estavam com a doença, tiveram a oportunidade de diagnóstico e tratamento.