Vasos de planta, caixas d'água, baldes, calhas e ralos estão em quase todas as casas. E a população já sabe: é importante não deixar água parada nesses locais, para evitar criadouros do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. “O importante é realizar a verificação dos recipientes pelo menos de duas a três vezes na semana e, se encontrar água, eliminá-la”, alerta Juliano Mossin, diretor de divisão do Controle de Vetores de Sertãozinho. Ele chama a atenção também para outros objetos e locais que podem se tornar criadouros do Aedes: pneus, garrafas de vidro e pet, tambores, lajes, piscinas, fossos de elevador e qualquer objeto ou local que possa acumular água de chuva.
O alerta tem um tom mais incisivo para os “acumuladores”. A acumulação descontrolada desses objetos, chamados de inservíveis, torna-se um problema de saúde pública, pois facilitam a proliferação dos mosquitos da dengue e de outros animais e insetos transmissores de doenças, como ratos e baratas. Mossin afirma que há cerca de trinta acumuladores em Sertãozinho, em vários bairros da cidade: Cohab 4, Jardim Alvorada, Jardim Athenas, Centro, Vila Áurea, São João e Cruz das Posses. “A Prefeitura vem realizando mutirões de limpeza em diversos deles, recolhendo entulhos, criadouros, objetos diversos, roupas e animais. Na maioria das vezes, esgotamos a capacidade de um ou dois caminhões, mas houve casos em que foram recolhidos oito caminhões em uma única casa, cerca de 30 toneladas”, relata. Os caminhões usados são da Secretaria de Obras.
Somente remover os objetos inservíveis, porém, não é a solução. O diretor da Divisão de Controle de Vetores enfatiza que as pessoas que não conseguem se desfazer de itens sem importância têm a necessidade de acompanhamento psicológico, para não voltarem a acumular. “Em vários casos, os agentes do Vetores encaminham para as assistentes sociais dos bairros, ligadas aos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), para avaliação”, pontua Juliano.
Acumuladores ou não, o profissional orienta toda a população a “sempre verificar recipientes que possam juntar água e realizar o escoamento do mesmo”. Ele fala também sobre um cuidado adicional: as telas mosquiteiras. “Instalar telas milimétricas em portas e janelas pode diminuir a entrada de mosquitos na residência e evitar a contaminação através da picada dos mesmos”. E ressalta que, com o início da época de chuvas, o cuidado precisa ser redobrado, geralmente até o mês de maio. “Neste período, a população de insetos costuma ser maior, aumentando a chance do mosquito se contaminar e transmitir doenças para outros indivíduos”.
A dengue possui cinco tipos de vírus conhecidos, sendo quatro deles transmitidos no Brasil. O Aedes aegypti também pode transmitir zika, chikungunya e febre amarela urbana. “O mosquito tem potencial para transmitir mais de 39 arboviroses, (doenças transmitidas por insetos)”, alerta Juliano Mossim, que finaliza: “todos precisam ter atitude e participação no combate ao mosquito, eliminando os possíveis criadouros. Somente assim poderemos diminuir os riscos de transmissões e de que novas doenças apareçam”.
Para solicitar a visita de um agente de vetores ou fazer alguma denúncia de focos do mosquito Aedes aegypti e pragas urbanas em geral, entre em contato com a Ouvidoria da Prefeitura, pelo número 156, ou diretamente com a Divisão de Controle de Vetores, pelo telefone 3945-5369.