Na última terça-feira, dia 28, no Teatro Municipal de Sertãozinho, aconteceu a palestra “Inclusão da Pessoa com Autismo – Desafios e Possibilidades” - ação promovida pelo Fundo Social de Solidariedade, com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania.
O evento contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas, entre elas, a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Tatiane Guidoni; a secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania, Janaína de Cássia Braga Mói Crosara; e a secretária de Educação e Cultura, Otávia Alexandrina Portugal Assumpção. Pais de crianças e jovens com autismo, representantes de entidades assistenciais, educadores, cuidadores e apoiadores da ação também estiveram presentes.
Na ocasião, a palestrante, Drª Margherita Midea Cuccovia, que é médica psiquiátrica e mestre em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos, em “Procedimentos de Avaliação no Currículo Funcional Natural e seus efeitos no Funcionamento de Pessoas com Deficiência Intelectual Mental e Espectro do Autismo”, abordou a importância dos desafios e as possibilidades de incluir as pessoas com autismo na sociedade, com destaque na educação de crianças e jovens, apontando medidas que busquem caminhos para a inclusão educacional.
Para Cleuza Pontes, diretora da EMEF “Dr. Sílvio Sarti” e mãe do garoto Felipe, que é autista, é preciso abordar cada vez mais o assunto, pois a intolerância surge onde não existe informação e conhecimento. “A palestra foi excelente e veio ao encontro das necessidades do momento, uma vez que, o autismo ainda é um assunto que envolve muitos questionamentos. A informação é o melhor meio de quebramos mitos, que permeiam as relações daqueles que lidam diretamente e indiretamente com autistas. Agradeço à presidente do Fundo Social, Tatiane Guidoni, por abraçar esta causa”, comentou.
Por falar em educação, o relacionamento escolar de alunos autistas tem sido motivo de reflexões para busca de propostas diferenciadas, uma vez que, o número de crianças e jovens diagnosticados com autismo vem aumentando. “No primeiro momento em que lidamos com um aluno autista, é uma fase de descoberta, porque esperamos um aluno de um jeito e o perfil é outro. Para lidar com as situações, sem criar constrangimentos entre os alunos, e até mesmo na minha convivência com eles, tive que buscar preparo, a exemplo dessa palestra, que foi uma grande oportunidade de aprendizado para os educadores, que puderam repensar a prática do trabalho com autistas de vários ângulos”, explicou o professor Alexandre Miranda, da EMEF Prof. “Antônio Cristino Cabral”, que completou: “a palestrante colocou a mudança em foco, pontuando que não devemos viver os problemas dos autistas, mas sim, buscar soluções, avaliando primeiro o interesse da criança, para depois buscar meios para trabalhar a habilidade de comunicação, o relacionamento social, o comportamento e até o funcionamento cognitivo dela”.
Mais uma vez, a presidente do Fundo Social destacou a adesão e o interesse dos participantes. “É satisfatório ver a mudança de posicionamento da sociedade em relação ao tema. A palestra foi um sucesso e só temos a agradecer à palestrante Drª Margherita, que é muito conceituada e experiente no assunto, e ao Edner Pontes, um cidadão pai de um jovem autista, que no ano passado nos deu a ideia de realizar o evento, que mais uma vez deu certo”, pontuou Tatiane Guidoni, que completou: “o Fundo Social seguirá apoiando todas as ações de conscientização, que levem os cidadãos a compreenderem e conviverem melhor com as necessidades das pessoas que sofrem com algum tipo de deficiência, como autismo. Nosso objetivo é ajudar a diminuir o preconceito que, muitas vezes, leva as pessoas a acharem que os autistas não podem ter um relacionamento social”.
Lembrando que, na quinta-feira, 30, a iniciativa foi estendida para capacitação de 70 profissionais do município, que atuam como agentes de Saúde da Família ou como cuidadores da Rede Municipal de Ensino. Eles participaram do workshop “Trabalhando com Autismo – Aprender Fazendo”, que também foi conduzido pela psiquiatra Drª Margherita Midea Cuccovia, além do pedagogo Henrique de Cândia Reis, especialista em Atendimento Educacional Especializado e Comunicação Alternativa e Ampliada.