Empresários da cidade foram convocados para participar como parceiros na proposta de resgatar a história do setor sucroalcooleiro na região.
Luiz Henrique Porto
A apresentação do projeto foi realizada durante um café da manhã oferecido pela Prefeitura de Sertãozinho, através da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, para um grupo de empresários e futuros apoiadores da iniciativa de criação do Museu Nacional do Açucar e Álcool. Cerca de 40 representantes de diversos setores produtivos da cidade participaram da reunião realizada no auditório da Coopercana, na segunda feira, dia 23 de agosto.
O Museu faz parte de um grande projeto turístico do município. O Secretário Marcelo Pelegrini falou dos trabalhos de revitalização do antigo ramal ferroviário que liga Sertãozinho a Pontal. “Já conseguimos junto ao DNIT cinco vagões de transporte de passageiros. A linha também passa por reparos e deve estar pronta até o final deste ano”, afirmou.
A implantação de um passeio de trem, projeto que vem sendo chamado de “Trem da Cana”, é uma idéia que terá como atrativos turísticos a Estação Francisco Schimidt, na Fazenda Vassoural e o Engenho Central, primeira indústria canavieira da região. As duas propriedades pertencem, atualmente, à família Biagi. Um instituto foi criado e está registrado no Ministério da Cultura com possibilidade de capitar verbas para restaurar a antiga usina. “Precisamos concluir a primeira etapa dos reparos. Já trocamos todo o telhado e algumas vigas de sustenção. Dependemos dos recursos capitados através da Lei Rouarnet. Várias empresas colaboraram destinando parte do valor do Imposto de Renda a ser pago para o nosso projeto, mas ainda precisamos contar com outros apoiadores”, explicou Luis Biagi.
De acordo com Pelegrini, até dezembro o Instituto precisa garantir cerca de R$ 1,5 milhão para renovar a autorização para continuar capitando recursos para completar o restauro do Engenho Central. “O projeto total está estimado em R$ 40 milhões”, declarou.
Os proprietários chegaram a assinar um protocolo de intenções para firmar o compromisso de doar usina para o poder público municipal. A concretização da doação também só acontrecerá caso seja efetivada a capitação de verbas da iniciativa privada para dar andamento no processo de criação do Museu. Diante desta condição, o Prefeito Nério Costa, no evento de apresentação do projeto, tentou sensibilizar os empresários ressaltando a importância de preservação de tão expressivo patrimônio histórico. “O Engenho Central é a única usina de açucar e álcool, do início do século XX, ainda totalmente preservada no país. É um espaço que nos remete à saga dos nossos antepassados e de famílias que contribuíram significativamente para o desenvolvimento de nosso município. Quero vocês como meus parceiros. Conto do apoios de todos para viabilizar este importante projeto cultural”.