Cacos de vidro, espetos, pregos e seringas. Esses e outros materiais cortantes e perfurantes são os principais causadores de acidentes com coletores de lixo em Sertãozinho. Mesmo munidos de equipamentos de proteção individual como luvas, meião, calçado de segurança e uniforme, esses profissionais não estão imunes a cortes e perfurações. De acordo com o diretor do Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos da Secretaria de Meio Ambiente, Aluísio Edson Moraes Júnior, há uma ocorrência grande desses acidentes. “São cerca de 3 a 5 casos por mês, chegando a 50 por ano”, ele alerta.
Esse tipo de acidente acontece mais na coleta de lixo domiciliar do que na coleta seletiva. “Na coleta seletiva as pessoas acabam acondicionando melhor esses materiais cortantes e perfurantes. Porém alguns coletores acabam também se machucando na coleta de recicláveis”, informa Aluísio.
De acordo com o supervisor de operações da coleta de lixo domiciliar da empresa que presta o serviço, William Galoni, quando acidentados, os funcionários são levados à UPA, onde passam por avaliação e tratamento médico. “Depois, abrimos uma Comunicação de Acidente de Trabalho, e o funcionário acidentado é avaliado pelo médico do trabalho, que verifica se ele vai precisar ser afastado”, explica.
Reginaldo Silvestre tem 34 anos e é coletor desde 2011. No mês de novembro ele sofreu um corte profundo na perna esquerda ao recolher uma sacola que continha um espelho quebrado, no Jardim Alvorada. “Quando eu ergui a sacola para jogar no caminhão, passou na minha perna e cortou. Na mesma hora, o motorista do caminhão ligou para o encarregado, que me pegou e me levou para a UPA”, ele conta. E completa: “levei 8 pontos e fiquei afastado 5 dias”. Esta é a segunda vez que Reginaldo se acidenta desse modo. “Há uns 5 meses, me cortei com um vidro de garrafa, também na perna. Foi um corte menor, mas levei 5 pontos”.
Galoni diz que sempre entram em contato com o morador para aconselhar sobre o descarte correto. “Nesse caso específico do Reginaldo, não havia ninguém na residência no momento do acidente. Mas nem sempre a pessoa assume que acondicionou os cacos de vidro de maneira errada. Muitos dizem que foi o vizinho ou alguém passando na rua que colocou a sacola na lixeira deles”, relata o supervisor de operações.
Descarte correto
Para que haja diminuição desses acidentes, é fundamental o descarte correto por parte da população. O Departamento de Gestão de Resíduos Sólidos orienta que todo material cortante e perfurante deve ser acondicionado dentro de algum recipiente rígido, como garrafas PET ou caixas de leite. "Agulhas de seringas, usadas por exemplo por diabéticos, também devem ser acondicionadas em recipientes rígidos. Mas não podem ser jogadas no lixo comum, precisam ser levadas à UBS mais próxima”, informa Aluísio.
Em Sertãozinho há coleta diária de lixo domiciliar em todos os bairros. Já a coleta seletiva é realizada semanalmente e também contempla a cidade toda.