O SAMU é o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Para acioná-lo, é só ligar 192. Isso quase todo mundo sabe. Mas, você sabe quando deve chamar uma ambulância do SAMU? E você conhece o trabalho dos socorristas, conhecidos também como samuseiros?
Márcio Rodrigues, que é diretor do serviço em Sertãozinho, informa que, como o próprio nome diz, o SAMU deve atender situações de urgência, como dores no peito de aparecimento súbito, situações de intoxicação e envenenamento, queimaduras graves, queda acidental, trabalho de parto com risco de morte da mãe ou do feto, crises convulsivas, acidentes de trânsito com vítimas, atropelamentos, hemorragias, perda da consciência (desmaios) e também quando há traumas graves no tórax, abdômen, crânio e fraturas de membros. “O SAMU também faz remoção intra-hospitalar em casos quando o paciente tem agravo no quadro clínico e precisa ser transportado da UPA ou da Santa Casa para o HC ou HC UE, em Ribeirão Preto”, informa Rodrigues.
Ao ligar 192, a chamada será recebida por um atendente e também por um médico regulador na base centralizada em Ribeirão Preto. De acordo com as informações passadas pela pessoa que acionou o serviço, esse médico vai dando orientações de como proceder com a vítima e faz uma análise de qual tipo de ambulância deverá ser encaminhada até a ocorrência: uma USB (Unidade de Suporte Básico) ou uma USA (Unidade de Suporte Avançado).
As USBs funcionam com um condutor socorrista e um técnico de enfermagem e estão preparadas para atender pacientes com lesões de gravidade média a leve, como em acidentes de trânsito com vítima comunicativa. Estão equipadas com mala de parto, mala de controle de hemorragia, mala de oxigenação, kit hipoglicemia, materiais para imobilização, pulso oxímetro, estetoscópio e esfigmomanômetro (aparelho para aferição de pressão arterial) e aspirador de secreções.
As USAs levam, além do condutor socorrista, um enfermeiro e um médico, e são destinadas a ocorrências em que há necessidade de intervenções médicas, nas quais os pacientes sofreram lesões graves (pacientes inconscientes e desorientados). Entre os equipamentos estão desfibrilador/cardioversor com monitor de eletrocardiograma, respirador adulto e neonatal, incubadora de transporte, bomba de controle de infusão de medicamentos, mala de intubação de vias aéreas, mala de controle de hemorragia, mala de parto, mala de medicamentos de urgência, mala de Infarto Agudo do Miocárdio, mala de drenagem torácica e materiais para imobilização.
Entre setembro e dezembro do ano passado, as três viaturas do SAMU do município atenderam 2.425 ocorrências, sendo uma média de 606 atendimentos por mês. São cerca de 20 atendimentos diários, que podem chegar a até 35 atendimentos em 24 horas. Também no último quadrimestre de 2018, o tempo médio de resposta foi de 7 minutos, que é contado a partir do contato feito pela central via rádio.
Vida salva
Em julho de 2018, Thael Lorik Pereira, de 29 anos, estava conduzindo sua motocicleta de volta para o trabalho, após o almoço. Ele seguia pela Av. Nossa Senhora Aparecida e quando estava prestes a cruzar com a rua Francisco Ferreira da Matta, sofreu um mal súbito. Inconsciente, Thael se chocou contra um coqueiro.
“Um comerciante viu o acidente e se aproximou. Como eu estava de barriga para cima e me sufocando com o sangramento, ele me virou de lado e acionou o SAMU”, conta o munícipe. “Nesse caso”, relata Márcio, “chegou primeiro a Unidade de Suporte Básico, mas no local verificamos a gravidade e acionamos a Unidade de Suporte Avançado. O paciente foi entubado no próprio local do acidente pelo médico socorrista e foi levado à Santa Casa, inconsciente”. Thael permaneceu em coma por dez dias.
Algum tempo depois de ter alta do hospital, Thael foi ao SAMU pegar sua ficha de atendimento para dar entrada no DPVAT. Márcio diz que ele e a sua equipe ficaram muito felizes de vê-lo são e salvo. “Foi um caso muito marcante. Ficamos muito felizes, pois não sabíamos se ele iria sobreviver”.
“O atendimento do SAMU foi ótimo. Salvaram a minha vida. Eu só tenho a agradecer”, Thael diz.
Quando não acionar o SAMU
O SAMU não deve ser acionado para consultas, para levar pacientes a exames, ou qualquer outro caso sem gravidade. O transporte de acamados e cadeirantes para realização de hemodiálise, exames e consultas é realizado pelas ambulâncias Tipo A. O serviço deve ser agendado até um dia antes da consulta ou exame pelos telefones 3945-6382, 3945-6475 ou 99767-3932.
As ambulâncias Tipo A também fazem a remoção de pacientes de UBS para UBS ou da UPA para a Santa Casa.
Em casos de resgates, incêndios, afogamentos, pessoas presas em ferragens, soterramentos, enchentes, desmoronamentos devem ser acionados os Bombeiros pelo número 193. “Em alguns desses casos, o SAMU age em conjunto com o Corpo de Bombeiros, mas somente após os Bombeiros terem chegado ao local, para avaliar a gravidade da ocorrência”, esclarece Márcio Rodrigues.
Em situações de doenças, como dengue, zika, Chikungunya, gripes, infecções de garganta, entre outros, a pessoa deve procurar a UPA. E em casos menos graves, pode até aguardar uma consulta.
Márcio faz um alerta: “é necessário que a população tenha consciência para casos que não são de competência do SAMU. O médico regulador não nega atendimento, apenas classifica o tipo de ambulância, pois não está presente no local”. O mesmo alerta vale para os trotes. “Se uma pessoa faz um trote, acionando o SAMU para um caso que não existe ou se há um chamado desnecessário, a ambulância chega ao local e os socorristas se deparam com uma situação que não precisaria da ação do SAMU ou até mesmo inexistente, enquanto poderíamos estar atendendo uma outra ocorrência. O trote pode matar alguém que esteja realmente precisando desse atendimento de urgência”, finaliza.
O SAMU fica na rua Pedro Carleto Neto, 210 – Jardim Grande Aliança, anexo à UPA. Funciona 24 horas. O atendimento é pelo telefone 192.
Fonte: Departamento de Comunicação PMS
