*Por Carlos Roberto Sarni
O Serviço Autônomo de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Sertãozinho (SAEMAS) é responsável pelo abastecimento de água do Município de Sertãozinho, que conta com 21 poços tubulares profundos, sendo 19 na cidade e 2 no Distrito de Cruz das Posses
A captação de água em Sertãozinho, para abastecimento público, é subterrânea, feita através do Aquífero Guarani, que é a maior reserva de água doce subterrânea transfronteiriça do mundo. Está localizado na região centro-leste da América do Sul e passa pelo Brasil, assim como Uruguai, Argentina e Paraguai.]
Sua maior extensão se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os cientistas e estudiosos desse reservatório de água e de outras fontes estão alertando, já há algum tempo, que poderá haver problemas de abastecimento, devido à grande explotação (retirada) de água e uso irracional, sem preocupação com a falta do produto para as gerações futuras.
A retirada é imediata, mas a reposição da água, proveniente de chuvas, ocorre muito devagar pelas fraturas das pedras (basalto) até atingir o Aquífero Guarani, e leva décadas para caminhar algumas centenas de metros. No caso de Sertãozinho, tem uma variação de basalto de 80 a 150 metros, mas, em alguns locais, chega a 1500 metros.
Devido à grande explotação do Aquífero Guarani e reposição muito lenta da água, o nível estático dos poços está ficando com um rebaixamento grande, que varia de cidade para cidade. Sertãozinho tem registrado um rebaixamento menor que muitas cidades, que chega, em média a 1,20 metros ao ano.
Devido a um planejamento realizado ao longo de vários anos, com perfuração de novos poços, substituição de outros e melhoria da reservação de água, Sertãozinho não está atravessando esse problema de abastecimento, porque faz sua captação através de poços subterrâneos. Porém, há necessidade de economizar neste período de seca, porque a produção dos poços tem se mantido, mas o consumo tem aumentado muito. Esse consumo anormal poderá causar problemas, tendo em vista que a produção dos poços está projetada para atender o consumo normal estabelecido através de estudos elaborados pelo Ministério da Saúde e órgãos ambientais internacionais, com uma certa segurança, mas não deverá atender em casos de exagero.
O consumo deveria ser de, no máximo, 200 litros por pessoa, por dia, porém, este número é muito maior no Brasil. Sertãozinho, que não é dos piores, chega a 300 litros por pessoa, por dia. Se o município atendesse o índice de 200 litros por pessoa, por dia, haveria uma economia de aproximadamente 300 milhões de litros de água por mês.
Portanto, basta continuarmos consumindo de maneira regular, para que a situação continue sob controle, pois atualmente, a produção dos poços está sendo suficiente para atender a demanda existente.
O uso consciente da água traz benefícios a todos. Portanto, use-a com responsabilidade!
* Carlos Roberto Sarni é Superintendente do SAEMAS