Leia na íntegra o documento que é um manifesto da sociedade civil organizada, que faz um alerta sobre a inserção do setor sucroalcooleiro na Economia Brasileira. Esta carta, posteriormente, será encaminhada ao Governo Federal. O objetivo é que ela chegue às mãos da Presidente Dilma Roussef, para sejam tomadas as devidas providências.
CARTA DE SERTÃOZINHO
A cadeia produtiva do setor sucro-energético emprega, diretamente, 2,5 milhões de trabalhadores, reúne cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana e 4 mil indústrias de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros, que produzem acima de 5000 ha de cana por ano, e correm o risco de verem suas economias deprimidas no curto prazo.
A ausência do setor produtivo de açúcar e etanol nos planos estratégicos do governo demonstra a omissão das autoridades federais quanto aos riscos que o setor está exposto. Não existe um único plano no governo que contemple reflexões sobre nossas necessidades.
As dificuldades não se restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, que na região de Sertãozinho representa mais de 1000 empresas, soma mais de 70% do Produto Interno Bruto e supera 55% dos empregos.
Não buscamos subsídios ou proteção, pelo oposto, somos contrários a eles, especialmente os regionais e pontuais que ao invés de resolver os problemas estruturais, aumentam o preconceito ao setor e desmoralizam a comprovada competência da grande maioria dos seus empresários, servindo antes como instrumentos políticos oportunistas.
A falta de políticas claras e previsíveis desorganiza o sistema de preços, que oscilam entre etanol e açúcar em movimentos de manada.
Temos o valor da nossa produção controlado e utilizado como instrumento subordinado à inflação, via preço da gasolina. Preço este que a título de beneficiar a população com um duvidoso equilíbrio de mercado, penaliza um único setor e toda a sua cadeia produtiva.
Não reivindicamos, embora merecedores, royalties como o do petróleo, muito embora representemos mais de 20% da gasolina derivada; e para produzi-la nossos municípios também sofram as dificuldades dos processos industriais, e impactam a vida de um contingente muito mais largo de cidadãos que o dos municípios produtores de petróleo.
Nem queremos sustentação oficial de prejuízos, como a energia produzida pelos parques eólicos e a manutenção das usinas térmicas a diesel. Energia que produz prejuízo mensal de 700 milhões de reais, mesmo que a cogeração de energia a partir do bagaço não consiga preço nos leilões do governo.
O que nós precisamos é do respeito das autoridades pelo trabalho de produzir, o cuidado dos agentes econômicos com o valor que agregamos na matriz energética e nas contas nacionais; e do cuidado especial com a saúde e a perspectiva de toda nossa indústria caudatária, já com enorme comprometimento fiscal e financeiro.
Senão, vejamos:
Por isto chamamos a atenção da opinião pública e esperamos que a presidente Dilma Rousseff demonstre sensibilidade para a inserção do setor nas estratégias do governo, possibilitando:
Sertãozinho, 28 de abril de 2013
Zezinho Gimenez - Prefeito Municipal
Paulo Pereira da Silva - Força Sindica
Elio Candido - Sindicato Metalúrgicos
Carlos Liboni - Secretário da Indústria e do Comércio
Geraldo Zanandrea - Associação Comercial e Industrial
Antonio Toniello Filho - Centro das Industrias CEISE-Br
Adezio Marques - CIESP Sertãozinho
Rogerio Magrini - Câmara Municipal de Sertãozinho
Antonio Vitor - Federação dos Trabalhadores Industria de Alimentação de SP
Carlos Ortiz - Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo