O projeto foi escolhido para ser implementado e apoiado pelo Governo do Estado
Luiz Henrique Porto
Onze municípios paulistas terão apoio da Secretaria Estadual de Esportes, Turismo e Lazer para revitalizar linhas férreas desativadas e implementar trens turísticos. Sertãozinho é a única cidade da região que aparece na lista de projetos escolhidos pelo Governo do Estado. A informação foi anunciada durante uma reunião do Secretário Municipal da Indústria e Comércio, Marcelo Pelegrini, com o Coordenador Estadual de Turismo, Cel. Luis Flaviano Furtado, que aconteceu na última terça feira (13/04) em São Paulo. Participaram ainda do encontro os representantes da Associação Mogiana de Preservação Ferroviária, Fernando Cavalari e Sérgio Feijão; da Ferrovia de Campos dos Jordão, Sérgio Camargo; e da futura Associação de Turismo de Sertãozinho, Edenir Belucci.
O projeto de Sertãozinho chegou a ser elogiado pelo adiantado andamento, de acordo com Pelegrini. No município, foi aprovada uma lei que autoriza o convênio para implementação do trem de turismo. A parceria, entre a Prefeitura, a Associação Mogiana e a Ferrovia Centro Atlantica, já está firmada. A FCA será responsável pela revitalização da via férrea, com cerca de 10 quilômetros, que liga Sertãozinho a estação Francisco Schimidt em Pontal. O cronograma das obras deve ser apresentado na próxima semana.
“Estamos também em processo de negociações para recebermos máquinas (elétrica e à vapor) e alguns carros de transporte de passageiros”, afirmou ainda o Secretário. Os trens podem ser adquirido como doações vindas da própria Associação Mogiana e do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, orgão ligado ao Ministério dos Transportes.
O resgate histórico e o potencial turístico
O projeto da Prefeitura de Sertãozinho além de reativar um antigo ramal ferroviário vai ainda proporcional o resgate de parte da história da produção agrícola do município. A estação ferroviária, hoje ocupada pelo destacamento da Polícia Militar de Sertãozinho, fazia ligação com a estação Barracão de Ribeirão Preto. Em 1906, o ramal foi prolongado até a estação da fazenda Vassoural do coronel Francisco Schimidt, para escoar o açúcar produzido no Engenho Central. A usina, na época também de propriedade do então “rei do café”, é atualmente a única agroindústria do final do século XIX que ainda mantem todo seu maquinário e ferramental totalmente conservados.
A riqueza histórica é sem dúvida o principal atrativo da proposta de revitalização da linha férrea. “Queremos aproveitar todo esse potencial e utilizar o trem enquanto meio de integração turística da região”, concluiu Pelegrini.