Você sabe o que é leishmaniose? É uma doença causada por um microrganismo, o protozoário do gênero Leishmania sp, e que pode matar em até 90% dos casos em que os infectados não receberam o diagnóstico e tratamento adequados.
A transmissão é feita, principalmente, pela fêmea do mosquito-palha, que é bem menor do que os demais mosquitos urbanos. “Esse mosquito, ao contrário do transmissor da dengue, prolifera-se, principalmente, em matéria orgânica em decomposição, como lixo e esgoto a céu aberto”, diz Juliano Mossin, Diretor da Divisão de Controle de Vetores de Sertãozinho.
O mosquito se contamina ao picar um hospedeiro infectado pelo protozoário. Nas áreas rural e silvestre, os principais hospedeiros são bois, cavalos, raposas e gambás, que podem desenvolver os sintomas clínicos da doença. No ambiente urbano, os cães são considerados as principais fontes de reservatório do parasita, que pode transmitir a doença ao mosquito-palha quando o mesmo pica o cão para se alimentar. Quando o inseto transmissor está infectado, passa a disseminar os parasitas para outros cães e ao ser humano.
Após a picada do mosquito, os parasitas podem permanecer na pele (leishmaniose cutânea), na mucosa do nariz e faringe (leishmaniose mucocutânea) ou espalhar-se para órgãos internos (leishmaniose visceral).
“O que mais dificulta o controle desse parasita, é que o protozoário causador da doença pode ficar incubado, sem manifestação dos sintomas, de 3 meses a até vários anos. Então, a pessoa ou o animal infectados podem transmitir a doença antes mesmo de aparentarem estar doentes”, alerta Karen da Silva Santos, Diretora da Vigilância Epidemiológica do município. “Geralmente, leva em média 5 meses para os sintomas começarem a aparecer”, acrescenta a enfermeira.
Quem normalmente manifesta os sintomas são crianças, idosos e pessoas com imunidade baixa.
Sintomas
Nos seres humanos, a leishmaniose tegumentar ou cutânea manifesta-se com feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois acomete vários órgãos internos, como fígado, baço e medula óssea. Seus principais sintomas são: emagrecimento, febre baixa e aumento do baço e do fígado.
Os sintomas em cães variam de animal para animal. “Alguns podem até não apresentar sintomas. Outros apresentam sintomas brandos, como leve perda de peso, dermatite branda e alteração em linfonodos (gânglios). E os sintomas graves são perda de peso, graves lesões na pele, ceratoconjuntivite (inflamação nos olhos) e crescimento exagerado das unhas”, explica o diretor do Controle de Zoonoses, André Luís Giovanini Lovato.
Tratamento
A doença possui tratamento tanto para humanos, como para os animais. Porém, é caro, de longa duração e não elimina os parasitas do organismo. Mesmo com a cura dos sintomas, tanto animais quanto humanos permanecem como portadores sadios da doença, possibilitando a contaminação de novas fêmeas do mosquito transmissor e a propagação da doença.
“Por se tratar de um protozoário, a elaboração de uma vacina é difícil. Por isso a prevenção é a melhor arma para mantermos nossos animais e nossa população livres dessa doença”, enfatiza a enfermeira Karen da Silva Santos.
Prevenção
Nos cães, a prevenção é feita com o uso de coleiras repelentes próprias para o mosquito-palha, devendo o proprietário do animal se certificar que a mesma tem este objetivo e seguir as orientações do fabricante com relação ao tempo de uso. Sprays de citronela também são viáveis para afugentar o mosquito.
Em relação ao ser humano, o principal caminho para controlar o transmissor é o uso de repelentes, telas protetoras e a limpeza dos entulhos e lixos domiciliares e públicos, uma vez que os mosquitos-palha se adaptaram ao meio urbano, tendo lixo, entulho e matéria orgânica em decomposição como principais meios de proliferação.
Toda e qualquer suspeita de leishmaniose humana ou animal deve ser notificada à Vigilância Epidemiológica de Sertãozinho pelo telefone: 3945-7640.
Fonte: Departamento de Comunicação PMS
